A Fundação Casa do Brasil recebeu a visita de Luis Fernando Veríssimo. Convidado da Diretora da Fundação, Leda Guillemette, Veríssimo nos proporcionou momentos mágicos em torno de suas obras.
Esperamos receber o imenso escritor brasileiro em breve, desta vez para falrmos de seu último livro: “As mentiras que as mulheres contam…”
Vejam abaixo, o artigo da jornalista Ana Paula CARDOSO e algumas fotos deste encontro, esperando recebê-lo mais uma vez em breve!
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“Tristeza em Paris só os gols do Zidane”, diz Veríssimo
Artigo da jornalista Ana Paula CARDOSO
Já se passaram 56 anos desde que o escritor Luís Fernando Veríssimo pisou em Paris pela primeira vez. A partir daí, virou um habitué na capital francesa. E na noite de ontem (28/10), o autor do recém-lançado livro de crônicas “As Mentiras que as Mulheres Contam” (Ed. Objetiva) lotou o teatro da Maison du Brésil, o prédio projetado por Lúcio Costa e que abriga estudantes brasileiros, dentro da Cidade Universitária parisiense.
O caso de amor de Veríssimo com a Cidade Luz começou em 1956. Foi naquele ano que o ‘aspirante a playboy’ (em suas próprias palavras) veio trazido pelo pai, o na época já célebre escritor Érico Veríssimo, para um tour na Europa com a família. Luís Fernando Veríssimo tem doces recordações de sua estreia como visitante da cidade.
“Lembro de ter pego o metrô, descido na estação de La Motte-Piquet Grenelle, depois de ter andado pelo Champs de Mars até chegar à Champs -Élysées. Inesquecível ver a Champs-Élysées pela primera vez”, contou o escritor.
O encontro da última quarta-feira foi promovido por Leda Guillemette, diretora da Maison du Brésil e amiga pessoal de Veríssimo. Em um bate-papo para lá de intimista, no qual a plateia interagia o tempo todo, e o normalmente tímido escritor parecia bem à vontade, Veríssimo discorreu sobre diversos assuntos. Desde a criação de cada um de seus personagens como também sobre suas inspirações.
Autor também da seleção de crônicas “As mentiras que os homens contam” (Ed. Objetiva), Veríssimo não arrisca dizer quem mente mais, se homens ou mulheres. Mas, na sua opinião, o lado feminino têm mais pudor e costuma assumir a mentira quando sob pressão. “Já os homens mentem descaradamente e sustentam a mentira para sempre, mesmo diante das mais incontestáveis evidências”, comentou o escritor.
O melhor e o pior de Paris
Sobre sua relação com Paris, Veríssimo lamenta não poder mais degustar a gastronomia típica, como vinhos e queijos, em função de problemas de saúde. Perguntei quais foram os momentos mais marcantes dele em Paris. E se havia algum momento ruim em sua memória durante suas frequentes visitas à cidade.
“Tristeza em Paris só os gols de cabeça do Zidane”, disse fazendo alusão à trágica final da Copa do Mundo de 1998, quando o Brasil perdeu para o time anfitrião. Veríssimo era um dos brasileiros presentes no Stade de France, em Paris, naquele fatídico dia.
Apaixonado por futebol e torcedor do Internacional, o escritor se divertiu quando eu perguntei se tinha sido uma exigência dele o chão pintado de vermelho e as poltronas da mesma cor, que decoravam o palco da Maison du Brésil. “Foi uma feliz coincidência”, respondeu com o mais orgulhoso dos sorrisos colorados.
Novo neto
Ao me despedir, perguntei por Lucinda, a netinha e personagem frequente de muitas de suas deliciosas crônicas. Luís Fernando Veríssimo me contou entusiasmado “Tenho mais um neto agora. Minha filha acaba de adotar um menino”. Avô em dose dupla, Veríssimo sepulta de vez o “Movimento dos Sem Neto”, criado pelo escritor quando nenhum dos três filhos, Fernanda, Mariana e Pedro, se animavam com a ideia de serem pais.